Hot Rods E Política?
- cibertextoubc
- 30 de out. de 2014
- 2 min de leitura
Sim, e por que não? Esse movimento automobilístico surgido nos anos 60 é certamente um movimento político expressivo, seja para entender a juventude de uma época ou para compreender um tempo.
Depois do início do movimento Hot “Roderista” nos tempos da lei seca dos Estados Unidos, começou a expressar-se a arte típica de uma geração, cunhadas pelo movimento Hippie, consagrados no Rock do Festival de Woodstock. Outros movimentos nasceram de mesmo berço e caminharam juntos, como os motoclubes, regidos pela liberdade, gerando todos os pilares do que hoje se conhece de Cultura Pop.
Portanto, modificar a carroceria, rebaixar a suspensão, envenenar e até trocar os motores dos seus Fords, Chevys, Buicks, Plymouths e Hudsons representava não só um desejo de ostentação de potência e beleza. Era uma maneira de contestar a sociedade, tal como os cabelos compridos, tatuagens e roupas rasgadas de movimentos como Punk e Metal da época.

Sendo assim, tratando-se de uma manifestação visceral e literal de arte de rua, logo o grafite e pinturas à mão ganharam as latarias dos potentes V8’s, geralmente com motores expostos. A cultura anti-guerra, de paz e amor, cultuados e defendidos pelos movimentos Hippies e outros, passaram a estampar os carros na forma de protesto. Por isso, muitos Hot Rods carregavam insígnias militares e, ainda, trabalhos em tinta inspirados naqueles feitos nos aviões da Segunda Guerra Mundial. Através de pesquisas e fotografias da época do conflito, os artistas reproduziam a arte feita em misseis e aviões.

Um dos artistas mais conhecidos desse estilo de manifestação de arte de rua foi Kenneth Robert Howard, o lendário Von Dutch, criador de pinturas emblemáticas como o flying eyeball.
Como todo grande movimento de arte urbana, suas vertentes se espelharam rápido. Assim, surgiram movimentos emblemáticos e cultuados até hoje, não menos engajados politicamente. Um dos mais conhecidos e próximos do tempo dos Hot Rods foi o Rat Rod, no qual o consumo e riqueza são bens que devem ser revisados. Nesse tipo de cultura automobilística, originalmente, os jovens que conseguiam seus primeiros carros, geralmente velhos e enferrujados, preparavam motores ferozes, no entanto, ao fim do projeto mecânico ficavam sem dinheiro. Dessa maneira, desfilavam com carrocerias enferrujadas e cobertas de peças sucateadas, porém, com motores velozes e barulhentos que usavam para correr clandestinamente, contestando a lei mais uma vez.

O Rat “Roderismo” teve sua popularização imediata, pois não exigia dinheiro, apenas uma personalidade forte e uma boa vacina antitetânica. Von Dutch teve lá sua colaboração para o movimento Rat Rod, juntamente com outra lenda dos automóveis Ed "Big Daddy" Roth, criador do símbolo do movimento, o Rat Fink.
Texto por Lucas Garcia & Marcos Tourinho Imagens: Taringa/ Carros.uol/ apparerallel.com/ cvltnation.com
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