O amor está no ar, ou melhor, nos muros de Mogi
- cibertextoubc
- 22 de out. de 2014
- 2 min de leitura
Mogiano espalha amor pela cidade através de sua arte

Você já parou para pensar que muros, calçadas, paredes de prédios, podem ser uma tela em branco esperando para ser pintada? Algumas pessoas enxergam as cidades dessa maneira e a usam para propagar seus trabalhos. Muitos grafiteiros utilizam as ruas para divulgar sua arte e deixam em cada cantinho vazio um pedaço de si mesmos.
Foi assim que Jean Nicolas começou a espalhar o amor em Mogi das Cruzes. O jovem de 20 anos é estudante de artes visuais pela Unicastelo e criou o personagem “Espalhe o amor”, que veste terno e tem cabeça no formato de coração numa na faculdade.“Achei o desenho interessante e percebi que ele passava a mensagem que eu queria, foi então que decidi espalhar ele pela cidade”, justifica o rapaz. Atualmente, trabalha em uma lanchonete e é de lá que tira o valor para se manter e arrecada dinheiro para divulgar seus trabalhos, pois não possui nenhum patrocínio.
Jean utiliza a técnica de stêncil para grafitar seus trabalhos, transmitindo uma mensagem simples e ao mesmo tempo de forte impacto. Para ele, a palavra amor é muito usada no cotidiano, porém de forma fútil tendo perdido seu real significado. “Creio que todos nós temos nossos dias ruins, aqueles em que nada parece dar certo e tudo conspira contra você, creio que ao passar e observar um muro com meu grafite as pessoas se deparam com algo e isso faz com que parem e reflitam. Acho que essa é a minha ideia principal, trazer o público a reflexão” completa.

Origem do grafite
Surgiu na década de 1970, em Nova Iorque as primeiras manifestações artísticas em paredes e muros de ruas na cidade que, futuramente, ficariam conhecidas como “grafite”. Os jovens nova-iorquinos passaram a deixar sua marca em espaços públicos e isto foi se desenvolvendo até se tornarem desenhos elaborados e cheios de técnica.
A arte de grafitar está ligada a diversos movimentos sociais, entre eles o hip-hop e, o grafite é a forma que encontraram para expressar toda a opressão que a humanidade vive em especial o menos favorecidos, sendo assim a arte urbana da voz a realidade das ruas.
No Brasil, a arte foi introduzida também na década de 1970 nas ruas paulistas, trazendo consigo um jeitinho bem brasileiro. Os grafiteiros, não contentes com o estilo norte-americano, passaram a incrementar seus desenhos, tornando-os ainda mais incríveis. Atualmente, o estilo de grafitar dos brasileiros é reconhecido por todo o mundo como um dos melhores. E engana-se quem trata este tipo de demonstração artística como vandalismo ou pichação, pois há todo um envolvimento cultural e social por trás dos desenhos.
Texto por Adriano Valdez e Graziely Ramos
Imagens: Acervo pessoal de Jean Nicolas
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