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#Alcançamos um mundo melhor

  • Foto do escritor: cibertextoubc
    cibertextoubc
  • 18 de out. de 2014
  • 2 min de leitura

Se você busca receituário de obviedades e simplificações, retire-se. Enigma é para ser indecifrável.


Descobriram a política ontem, aliás, antes de ontem. Melhor embalada, com um “ar juvenil”, descobriram também a palavra ‘mudança’, cujo significado é uma salada de raiva, insegurança, desorientação.


Os novos integrantes da política sabem tudo e um pouco mais. Hasteiam a bandeira do contra isso, contra aquilo... É um verdadeiro mercado de multidões solitárias que encontram na #somostodosblá, blá, blá... Uma filosofia de vida.


Coisa sem importância: “Há que apenas saber errar bem o seu idioma”, declama Manoel de Barros, mestre da agramática.


Enquanto no mundo multifacetado dos saberes inúteis, eis que me importo menos com regras ‘explicativas’ e mais com “ignorãças”.


Se houver esperança, haverá provocação.


Indulto do momento: o texto tem natureza livre, ideias vagas e se afasta da objetividade, bicho estranho e modelado.


Querem regralizar à virgulação. Exijo que no meu texto as pausas sejam respiradas e os pontos assumidos. Visão hermética.


De volta ao padrão.


Sísifo foi condenado a passar a eternidade empurrando uma grande pedra morro acima e ao alcançar o topo, a pedra retornava ao ponto inicial. Desafiar os “deuses” foi seu maior erro.


Da mesma forma, a sociedade da imagem, alça voos em direção ao olimpo, produzindo fenômenos “apolíticos”, como se isso fosse possível.


Aqueles do “sem partido” são os mais militantes de todos. Que através de pautas genéricas encontram uma brecha para impor suas idiossincrasias travestidas de um fascismo moderno e utilitário: A política só serve quando me serve.


É um duelo entre seres inferiores e consagrados seres superiores, quanto mais distante e periférico é um estado em relação a maior capital financeira da América Latina, mais desconhecedores da verdade são os modestos indivíduos.


O meio é a mensagem, proferiu Mcluhan, eu apenas acrescentaria que “o meio é a mensagem política”, considerando o fato de que, posicionamento político é completamente diferente de política partidária.


Mas o que isso importa nesse mundo de meu deus?


O que importa na terra dos trolls, dos especuladores, das animadoras de torcida?


Massificações à parte, a desigualdade é uma assunto chato, sem um nível de elegância ou modernité. Que conversa fiada, que saco cheio de desumanidades. Que lista pérfida, mal cheirosa, sem glamour.


O mundo é muito mais fácil, altamente decifrável, via redes sociais.


É um mundo lotado de eu, eu e ninguém mais ou, talvez, minha prole. Saudade das ideias utópicas que ofereciam sonhos, hoje com as respostas prontas e a humanidade servida selfinianamente, a lógica é simples e trivial: nada vale muita coisa.


Ponto para os adoradores de um mundo contado, milhas e milhas de nada sem coisa alguma. Verdade universal, vida boa e feliz é exclusivista, bancária e ostentatória. Ponto a menos para os “eudaimônicos”.


Todavia, verdade seja dita, em um mundo onde a verdade triunfa em tamanho e velocidade, perguntas como: será? ou, tem certeza? Estão em um lugar incompreendido e inalcançável: a dúvida.


Certamente, errado e fora de moda é duvidar de um mundo cuja força é a representação do “divino”.


Enquanto (os) seres superiores basearem-se apenas no pensamento binário fraco x forte, direita x esquerda, certo x errado, vencerá sempre aquele com barriga cheia, sorriso farto e ideias frouxas.


Texto por Ewerton Machado

Imagem: Acervo Edvard Munch, The Scream, 1893.

 
 
 

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