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A coisa tá preta!

  • Foto do escritor: cibertextoubc
    cibertextoubc
  • 25 de set. de 2014
  • 2 min de leitura

O preconceito racial ainda está muito presente dentro dos estádios mesmo com campanhas que apoiam os jogadores e pedem a paz entre torcedores.


“Para cada preto que morre, nasce um racista no mundo”. Ouvi essa frase no começo de 2014 durante uma manifestação em São Paulo. O dito ecoou sobre os quatro cantos da paulista, e vinha da voz do militante negro Douglas Belchior. Entre os gritos de brancos, pretos, índios e pardos, vinha em marcha sobre a mais famosa Avenida do Brasil, um povo lutando contra o genocídio do povo negro.


Quem um dia foi opressor naquela tarde quente de Abril viu o poder transformador deste grito de guerra. E para cada grito, mais de mil gritavam de volta. Aquela massa marchava com rumo certo e com ideal. Um rapaz de camisa preta e calça jeans rasgada era só mais um ali, impulsionado pelo grito que tomava conta dos quatro cantos da rua.


Relacionamos esse episódio à atitudes de quem vai aos estádios assistir a uma partida de futebol.


No início desse ano, em um clássico do futebol Espanhol, o jogador brasileiro Daniel Alves tomou uma atitude até então não esperada ao se deparar com uma banana jogada pela torcida do Real Madrid. O lateral direito do Barcelona comeu a banana, tendo grande repercussão no mundo e a campanha #somostodosmacacos foi lançada.


Cruzeiro e Real Garcilaso, estádio Huancayo, Peru. A torcida da casa chama o jogador Tinga, do Cruzeiro, de macaco. Infelizmente o entretenimento e o fair-play dentro dos campos se torna coisa irrelevante quando surgem atos preconceituosos. Então lançamos a questão: injurias raciais nos estádios acontece pelo calor do momento ou pelo perfil racista da sociedade em que vivemos?


O assessor da torcida organizada Máfia Azul, do Cruzeiro, Diego Barbosa entende que infelizmente o problema é cultural, e cita que torcida do Grêmio – que em recente episódio hostilizou o goleiro Aranha do Santos – imitam macacos nas grades e jogam bananas no campo.


“A Torcida Máfia Azul possui regras de conduta estabelecidas em todos os jogos. É expressamente proibido participar ou incentivar qualquer ato de violência contra os adversários. Quem desrespeitar as regras é primeiramente advertido verbalmente, sendo reincidentes, serão punidos por uma semana não podendo frequentar a sede e caravanas realizadas pela torcida.” diz o assessor.


Outro detalhe abordado foi a questão das punições em casos de injurias raciais. A Conmebol aplicou uma multa de US$ 12 mil (o equivalente a R$28 mil) ao Real Garcilaso, diferente da punição aplicada ao Grêmio, que foi expulso da Copa do Brasil após seus torcedores ofenderem o goleiro Aranha, do Santos.


“Nós da torcida organizada não achamos justo o clube ser punido por atos de seus torcedores, enxergamos que a punição tem que ser individual, identificando e punindo perante as leis constitucionais” destaca Diego.


Texto por Amanda Vaz & Vinícius Amaral. Imagem: Acervo do Google.

 
 
 

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